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O grande especialista em crianças é a mãe. Pedro Martins Psicoterapeuta - Psicoterapia

O Grande Especialista em Crianças é a Mãe

D. Winnicott, autor do conceito de mãe suficientemente boa, refere que esta é uma mãe atenta e capaz de se adaptar activamente às necessidades do seu filho-

Mas ao mesmo tempo, é capaz de frustrar criando uma desilusão gradativa necessária ao desenvolvimento.

“Com o tempo, o bebé começa a precisar da mãe para ser mal sucedido na sua adaptação (…). Para uma criança, seria muito aborrecido continuar a vivenciar uma situação de omnipotência quando ela já dispõe de mecanismos que lhe permitem conviver com as frustrações e as dificuldades do seu meio ambiente.”

Com a proliferação de estudos e livros publicados sobre bebés e crianças as mães podem ficar confusas e a enfraquecer a conexão emocional com os filhos.

Nunca tivemos acesso a tanta informação como agora. Livros, sites, artigos, blogs, cursos, terapeutas, etc.

Apesar desta lista interminável os pais parecem cada vez mais inseguros e ansiosos em relação aos seus papéis.

Para cada dúvida existe um milhão de respostas, parte delas contraditórias.

O conhecimento que poderiam adquirir nessas leituras por vezes gera mais ansiedade do que tranquilidade.

Em grande medida a educação é a transmissão de um modelo que existe em cada um de nós.

A expressão “mãe suficientemente boa” implica a ausência de um imperativo de perfeição.

A mãe aprendeu muito mais pelo facto de já ter sido criança – de ter observado outros pais com os seus filhos, de ter brincado (fantasiado) aos pais e às mães -, do que poderá aprender com este tipo de livros.

Para além do mais, é possível que a espessa camada de informações impeça os pais de serem eles mesmos; e só quando se desprendem dessa quantidade de “instruções” conseguem envolver-se mais profundamente com os filhos.

À medida que a ansiedade diminui as mães têm mais consciência das suas capacidades e qualidades, e dessa forma, conseguem tirar mais proveito da informação disponível, conservando a conexão emocional.

A expressão “mãe suficientemente boa” implica a ausência de um imperativo de perfeição.

Ao mesmo tempo, o reconhecimento que a mãe faz das suas imperfeições deve constituir algo mais libertador do que opressivo.

A mãe já foi filha, e por isso trás consigo recordações de tê-lo sido e de ter sido cuidada por uma mãe, e estas lembranças tanto podem ajudá-la como atrapalhar na sua experiência como progenitora.

No entanto, só muito excepcionalmente, encontramos mães que por graves perturbações são incapazes de cuidar dos filhos ao ponto de os colocar em risco.

Felizmente todas as mães falham, amam os seus filhos mas não são perfeitas, e por isso não conduzem os seus filhos para um mundo falso e delirante.

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