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A importância do pai

A Importância do Pai

O papel do pai na sociedade tem-se transformado, sobretudo, nas últimas décadas.

A “condição” de Pai evoluiu e contínua em evolução, devido às transformações culturais, sociais e familiares.

É reconhecido o seu papel no desenvolvimento da criança, e a relação entre pai e filho é um dos factores de relevo para o desenvolvimento cognitivo e social, facilitando a capacidade de aprendizagem e a integração da criança na sociedade.

O pai é visto como uma figura de autoridade, mas dele é exigido participação e afecto.

Historicamente, até ao fim do século passado, o pai desempenhava essencialmente a função de educador e disciplinador, segundo códigos frequentemente rígidos e repressivos.

Actualmente o pai já não é aquele sujeito todo-poderoso e assustador, autoritário por excelência.

O pai é visto como uma figura de autoridade, responsável por funções que asseguram o desenvolvimento dos filhos. Dele é exigido participação e afecto.

Quando o bebé nasce a função materna é a mais importante: a função psíquica de contenção dum bebé absolutamente dependente, que necessita de acolhimento e cuidados.

Mas, desde o momento inicial da vida, a função paterna e a função materna estão interligadas e tornam-se complementares.

São funções mentais que não estão directamente relacionadas com um ou outro género sexual.

A função paterna no início da vida do bebé relaciona-se com dar condições de segurança, apoio e estabilidade para que aquele que desempenha a função materna possa fazê-lo integralmente.

Ele é o investimento narcísico daqueles que cuidam do bebé, e o reflexo deste investimento libidinal.

Bebés lindos e mães extenuadas e descuidadas são, muitas vezes, a cara e a coroa de uma mesma moeda.

O bebé e a mãe, nesse sentido, são indistinguíveis. Não existe um bebé independente, destituído de uma função materna que o acompanhe.

Ao longo do crescimento do bebé a função paterna passa a ser menos periférica, assumindo uma maior centralidade na vida da mãe e, também, da criança.

O “não” surge como a primeira expressão nítida e fundamental da função paterna dirigida ao bebé.

O cuidador do bebé precisa lidar com os desenvolvimentos motores e, portanto, com uma maior preocupação com o mundo, já que o bebé passa a adquirir paulatinamente maior autonomia.

Mas ainda não é, de facto, uma verdadeira autonomia; assim o “não” surge como a primeira expressão nítida e fundamental da função paterna dirigida directamente para o bebé.

Ela tem a função de limitar os seus avanços no mundo que surgem naturalmente, mas de modo pouco cuidadoso.

Portanto, a função paterna tem como objectivo apresentar o mundo para a criança pequena, mas um mundo que se torne seguro para ela.

Uma das funções fundamentais do pai é colocar limites nos filhos e aceitar os seus eventuais sentimentos hostis, pois no desenvolvimento infantil é importante ter a quem odiar e a amar – a divisão amor / ódio será superada posteriormente.

Aceitar sentimentos hostis dos filhos significa reconhecer que nas crianças existe agressividade e que elas precisam que essa parte seja acolhida.

O “não” inicial limita certos avanços perigosos da criança, mas é preciso levar em conta que já existiu um “sim” na relação desta criança com o mundo.

A função paterna separa a mãe da criança para incluí-la num mundo mais amplo, o mundo do universo simbólico. A função paterna, portanto, separa para incluir.

A autonomia é a finalidade da realização satisfatória da função paterna e materna na vida mental do filho.

O pai enriquece o mundo infantil ao trazer novidades e as brincadeiras da sua infância.

O mundo paterno é alvo de maior curiosidade, pois a criança está mais ligada à mãe e ao mundo doméstico, de certa forma mais limitado.

A presença da função paterna e materna mantém-se ao longo da vida dos pais, mudando de intensidade e de importância de acordo com as circunstâncias da vida do filho.

Mas também são funções que se transmitem, de modo que um jovem adulto pode ter o seu próprio filho e valer-se das funções materna e paterna prontas para serem desempenhadas com uma nova criança. Quando isso acontece, o filho pode “prescindir” dos seus pais.

A autonomia, portanto, é a finalidade da realização satisfatória da função paterna e materna na vida mental do filho.

Os filhos, desse ponto de vista, podem ir adiante, fazendo com que os pais se tornem menos importantes.

Deixar ser suplantado, tornado desimportante e poder orgulhar-se da autonomia do filho e da possibilidade de ser desimportante é o último bastião da função paterna.

Trata-se de confiar que aquilo que foi transmitido poderá ser retransmitido nas futuras gerações.

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