O Furto na Infância
O furto infantil consiste na apropriação de objectos por parte da criança que simbolicamente representam uma compensação, na sua essência inconsciente, de uma frustração afectiva.
O objecto que a criança furta, independentemente do valor material, tem valor simbólico e não utilitário, na medida em que ele não é usado para resolver nenhum problema prático.
Muitas vezes, o produto do furto é distribuído pelo grupo de amigos, ganhando dessa forma a sua admiração, na procura de preencher uma lacuna afectiva.
Quando a criança possui uma maior consciência do valor material dos objectos o furto de uma coisa valiosa não lhe retira valor simbólico, pois a criança sente que tem algo valioso e desejado pelo outro, sentindo-se assim, especial.
Em alguns casos, a criança procura “repor a justiça”: “Se eles têm tantos brinquedos porque eu não posso ficar com um?”
É importante que a atitude dos pais perante a situação não corresponda a um interrogatório policial transformando um acto simbólico num traço patológico.
As apropriações de pequenos objectos não têm nas crianças um carácter patológico significativo, mas à medida que a criança cresce a continuação destes actos merece uma certa atenção. Estamos, provavelmente, perante uma criança em sofrimento que pode andar triste ou deprimida.