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Psicoterapia

Porque as pessoas são más. Pedro Martins Psicoterapeuta Psicólogo Clínico

Por que é que as pessoas são más?

Por que é que as pessoas são más? Maldade – origem e reprodução

Algumas crianças não são muito simpáticas para os seus irmãos e irmãs, nem para os seus colegas de turma na escola.

Chamam-lhes nomes, implicam com eles ou tentam estragar-lhes o recreio.

Podem fingir ser suas amigas e depois dizer coisas muito pouco simpáticas nas suas costas.

Parece que tudo o que querem é que as outras pessoas se sintam pequenas e estúpidas.

Pode ser realmente perturbador e assustador estar do lado de quem recebe este tipo de intimidação.

Mas porque é que as pessoas são más?

Porque é que uma pessoa quer fazer outra pessoa sentir-se miserável?

A resposta é muito surpreendente: é porque elas se sentem pequenas e miseráveis dentro de si mesmas.

Não se sabe ao olhar para elas — elas podem parecer fortes e confiantes e muito satisfeitas consigo próprias. Podem parecer rir-se muito — talvez rirem-se de nós.

Mas se pensarmos nisso, ninguém que seja realmente feliz quereria fazer outra pessoa infeliz.

As pessoas que são realmente fortes e confiantes são quase sempre gentis e amáveis para com os outros.

Se alguém é mau e um agressor é porque em casa, ou no passado, alguma coisa ou alguém a assustou.

Provavelmente nunca saberemos os detalhes, mas podemos imaginar.

 

As pessoas são más porque se sentem pequenas e miseráveis dentro de si mesmas.

 

Talvez tenham um irmão mais velho que se mete com elas. Ou a mãe esteja sempre a mandar nelas. Talvez os pais gritem um com o outro.

Dentro das suas cabeças, estas pessoas que parecem tão corajosas e destemidas, na verdade sentem-se tristes e preocupadas.

Estão demasiado assustadas para deixar alguém ver como se sentem realmente fracas, por isso tentam fazer-se sentir melhor, fazendo outra pessoa sofrer.

Aqueles que foram feridos, ferem os outros.

Compreender isto não resolve imediatamente o problema se alguém estiver a ser mau para nós, mas pode ajudar um pouco.

Pode ajudar-nos a lembrar que não merecemos ser mal tratados, que não é algo que tenhamos feito e que não há nada de errado connosco.

A melhor maneira de compreender um intimidador ou uma pessoa má é colocar-mo-nos na sua posição.

Pensemos numa altura em que não tenhamos sido muito simpáticos para alguém.

A maioria das pessoas é um pouco má para alguém em algum momento, ou pode até ter querido ser um bocadinho horrível, mesmo que nada venham a fazer ou a dizer.

Não é mau ou errado, é apenas a vida.

Agora pensemos porque é que fomos maus para essa pessoa — é quase sempre porque algo mais nos estava a incomodar, que não sabíamos como corrigir.

 

Alain de Botton, Big ideas for curious minds

 

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