Transtorno Obsessivo-Compulsivo
Os obsessivos são extremamente ordenados e escrupulosos.
Desta forma procuram controlar ao mínimo pormenor tudo aquilo que pudesse relacionar-se directa ou indirectamente com os seus problemas.
O excesso de controlo, domínio de si próprio e do outro é uma uma das características fundamentais da neurose obsessiva.
Estes pacientes encontrarem-se submetidos a certas ideias ou pensamentos fixos ou à necessidade compulsiva de executar actos que despertam neles reacções emocionais intensas e cujo significado profundo não chegam a compreender.
Os obsessivos procuram controlar ao mínimo pormenor tudo aquilo que possa relacionar-se com os seus problemas.
As obsessões surgem por imposição de uma necessidade interna, sentindo-se obrigados a respeitá-las, às vezes, sob coação de uma angústia irreprimível.
Na neurose obsessiva há um hiperinvestimento do pensar – ruminação ideativa, indecisão e dúvida sistemática; omnipotência das ideias, superstição e recurso a fórmulas mágicas.
Este hiperinvestimento do pensamento é um reflexo do contra-investimento (como bloqueio do impulso de agir), que se evidencia na riqueza de formações reactivas que o obsessivo apresenta: parcimónia, delicadeza.
Os sintomas com que mais vulgarmente o obsessivo expressa os seus conflitos são:
– dúvidas, cismas, obsessões de contraste (o aparecimento de pensamentos obscenos durante uma prece), ideias compulsivas, mania da limpeza, tendência exagerada para a ordem e para a simetria, medos de contacto, fobias, superstições, etc.
Traços de carácter: forte teimosia ou obstinação, tendências exageradas para a poupança e extrema disposição para a ordem.
Nos obsessivos há um hiperinvestimento do pensar – ruminação ideativa, indecisão e dúvida sistemática
O obsessivo caracteriza-se, ainda, pela utilização de mecanismos de defesa específicos.
Entre os mais importantes pode destacar-se o da formação reactiva, que está profundamente enraizado na sua personalidade e com o qual procura opor-se à sua culpa, às suas hostilidades e às suas agressões inconscientes.
Isto pode dar lugar, por exemplo, a um comportamento permanentemente exagerado de amabilidade e cortesia.
O isolamento é o mecanismo por meio do qual se tende a separar ou distanciar aquelas pessoas, pensamentos ou objectos que por diversos motivos inconscientes não podem estar juntos nem tocar-se.
O mecanismo de anulação é um dos mais comuns e talvez o exemplo mais conhecido seja a “lavagem compulsiva” como forma de anular uma acção prévia (real ou fantasiada) vivida como “ter-se sujado”.
Ou seja, a culpa persecutória, por ter realizado ou fantasiado uma má acção, uma “porcaria”, tem tendência a reparar-se através da lavagem das mãos.
O obsessivo, por outro lado destaca-se em geral pelo grande desenvolvimento intelectual e pela sua aguda inteligência.
Mas a sua mentalidade encontra-se perturbada pela persistência de traços mágicos e ideias supersticiosas provenientes da época da omnipotência e da magia infantil.
Bibliografia:
Culpa de Depressão – León Grinberg
Breves considerações sobre a neurose obsessiva – A. Coimbra de Matos
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