A Zona de Conforto é muito desconfortável
Consta que existe uma zona de conforto, mas tenho dúvidas que seja confortável.
Por princípio ninguém quer ficar no mesmo lugar. Na nossa natureza está o desejo de descobrir e conquistar coisas novas.
É esse ensejo pelo novo que nos faz avançar, mudar de lugar e concretizar novos objectivos.
Já diz o provérbio – parar é morrer.
Muitas vezes, apesar do receio vamos avançando. Mas quando o medo é muito grande ficamos paralisados.
Ter medo e ser incapaz de mudar, nada tem a ver com conforto, mas com desconforto.
É aqui, neste bloqueio, nesta impossibilidade de avançar que muitos vêm uma zona de conforto.
Mas ninguém que esteja nesta situação/zona está confortável.
O temor pelo novo é muitas vezes interpretado como um gosto pelo velho, pelo conhecido.
É a esta interpretação errónea que algumas vezes se dá o nome de zona de conforto.
Ter medo e ser incapaz de mudar nada tem a ver com conforto mas com desconforto.
Ficar parado é ver as coisas passarem sem lhes poder tocar. É passar ao lado da vida.
Como é hábito, certas expressões entram no vocabulário do dia-a-dia e passam a ser usadas na situação que der mais jeito.
Em grande medida a expressão “zona de conforto” é usada para apontar o dedo a alguém que não investe, que não arrisca, que se acomoda.
Estes “julgamentos precipitados” acabam por não considerar o mais importante:
– O que leva alguém a acomodar-se com uma situação (trabalho ou relação) desagradável?
Não creio que possa falar em zona de conforto. Mais correcto será dizer que existe uma zona de desconforto:
– Uma zona desconfortável, onde as pessoas que permanecem lá se sentem sozinhas, frustradas e infelizes.
É exactamente por isso que é tão difícil sair de lá. Falta o brilho da alegria, o entusiasmo que alimenta o desejo de conquistar.
A coragem de avançar sem recear os tropeções e as quedas; de conseguir rir e chorar.
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