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Auto-suficiência: o outro lado

– Ninguém sabe como eu me sinto, ninguém se interessa…
– Já disseste a alguém como te sentes?

A expectativa de que os outros saibam como nos sentimos sem termos de o expressar, na maioria das vezes, não se concretiza.

A narrativa acaba por ser: “Não se interessam, não gostam de mim …”

O desejo de ser compreendido e que o outro venha ao nosso encontro sem necessidade de o expressarmos encontra paralelo na infância precoce onde a mãe antecipa os desejos/necessidades da criança e as satisfaz. Excluindo este “fenómeno” que resulta de uma profunda ligação mãe-bebé (que se desfaz gradualmente), a criança vai desde o início manifestando as suas necessidades e procurando pelos meios que dispõe que elas sejam satisfeitas.

Quando as coisas não correm bem nesta fase do desenvolvimento, a criança – amanhã adulto – vai-se fechando sobre si própria e reforçando a crença que pode, essencialmente, contar consigo mesma.

Se para algumas pessoas é difícil pedir ajuda, para outras isso é quase impossível. Sentem que pedir é uma espécie de pedinchar, sinónimo de pequenez, e nesse sentido, exposição de uma falha, de uma fragilidade que é necessário ocultar.

Quando pedem ajuda fazem-no de uma forma tão atabalhoada que por vezes mais parece que os outros é que sentem necessidade de os ajudar.

O receio de pedir e não receber não só expõe o sentimento de insuficiência como o pode ampliar.

Então, numa espécie de vitória invertida aguentam estoicamente em silêncio ao mesmo tempo que desenvolvem sentimentos hostis em relação ao outro que “não se interessa”.

Desta forma vai-se ampliando a distância, quando a proximidade é – e sempre foi – o maior desejo.

A Nostalgia e a Depressão. Pedro Martins Psicoterapeuta - Psicoterapia

A Nostalgia e a Depressão

A ideia de que a nostalgia é um sentimento negativo é generalizada e a estreita relação entre nostalgia e depressão não é de hoje: “O deprimido é aquele que vive do/no passado”.

A nostalgia foi originalmente descrita como uma “doença neurológica de causa essencialmente demoníaca” pelo médico Suíço Johannes Hoffer em 1688. A nostalgia foi considerada uma doença desde o século XVII devido aos sintomas encontrados em soldados pelos médicos militares: desejo de regressar a casa, acompanhado de dor. Nostalgia: Nostos – desejo de voltar para casa; Algos – a dor que o acompanha.

No século XIX e XX a nostalgia continuou a ser considerada uma patologia, sendo exemplo disso a “psicose emigrante” ou certas formas de “melancolia”.

Quando o Dr. Sedikides, TimWildschut e outros colegas de Southampton começaram a suas investigações sobre a nostalgia descobriram que se tratava de um sentimento praticamente universal, encontrado inclusive em crianças a partir dos 7 anos. Os temas em volta dos quais a nostalgia se desenvolve eram muito semelhantes: reminiscências sobre amigos e familiares, casamentos, músicas, pôr-do-sol. Em síntese, acontecimentos em que o protagonista está rodeado de figuras importantes em momentos significativos. A maioria dos sujeitos relata que esses pensamentos surgiam quando algo de mau acontecia ou quando se sentiam sozinhos e que essas memórias contribuíam para que se sentissem melhor.

A nostalgia demonstrou neutralizar a solidão, o tédio e a ansiedade, tornando as pessoas mais generosas e tolerantes com estranhos. Mas, não-há-bela-sem-senão. A nostalgia tem o seu lado doloroso, é um sentimento agridoce, pois nem todas as memórias são felizes. Mas, no geral, como referem os pesquisadores de Southampton, os elementos positivos superam muito os elementos negativos e o efeito final traduz-se numa vida com maior significado.

Segundo o Dr. Routledge “A nostalgia tem uma função existencial crucial“, ela traz à mente as experiências queridas que nos asseguram que somos pessoas de valor e que temos vidas significativas”.

As memórias, principalmente, as boas, mas também, as más, são o nosso maior património. Porque não começar a dar-lhes mais uso?!

O Furto na Infância

O furto infantil consiste na apropriação de objectos por parte da criança que simbolicamente representam uma compensação, na sua essência inconsciente, de uma frustração afectiva.

O objecto que a criança furta, independentemente do valor material, tem valor simbólico e não utilitário, na medida em que ele não é usado para resolver nenhum problema prático.

Muitas vezes, o produto do furto é distribuído pelo grupo de amigos, ganhando dessa forma a sua admiração, na procura de preencher uma lacuna afectiva.

Quando a criança possui uma maior consciência do valor material dos objectos o furto de uma coisa valiosa não lhe retira valor simbólico, pois a criança sente que tem algo valioso e desejado pelo outro, sentindo-se assim, especial.

Em alguns casos, a criança procura “repor a justiça”: “Se eles têm tantos brinquedos porque eu não posso ficar com um?”

É importante que a atitude dos pais perante a situação não corresponda a um interrogatório policial transformando um acto simbólico num traço patológico.

As apropriações de pequenos objectos não têm nas crianças um carácter patológico significativo, mas à medida que a criança cresce a continuação destes actos merece uma certa atenção. Estamos, provavelmente,  perante uma criança em sofrimento que pode andar triste ou deprimida.

Pensamento mágico. Pedro Martins Psicólogo clínico Psicoterapeuta

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