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Fobias

Fobias

Por fobia entende-se um medo infundado e irracional de alguma coisa que não cede a nenhuma argumentação.

Tudo pode ser investido e tornar-se objecto de medo (objecto fóbico).

A atitude do sujeito perante a fobia é a fuga da situação fóbica.

As fobias representam uma dificuldade interna que é deslocada e projectada para o mundo externo, permitindo, não só libertar o mundo interno, como “controlar” o problema no exterior.

Sistematicamente, no fundo da personalidade fóbica encontramos uma intensa ligação às figuras afectivas da infância.

Esta dificuldade de separação resulta duma relação demasiado fechada e com uma sobrecarga de perigos atribuídos ao mundo exterior, e, sobretudo, da ansiedade dos pais.

Através do caso do “Pequeno Hans” é possível fazer uma síntese dos mecanismos fóbicos.

Podemos deduzir que o mecanismo fóbico é comparável a uma definição clássica de inteligência, segundo a qual seria inteligente descobrir uma solução diferente para um problema já conhecido.

A síntese é a seguinte: na sua evolução normal, Hans sente hostilidade para com o pai que lhe tira atenção e a companhia da mãe.

Como a hostilidade contra o pai resulta para a criança num medo do pai, Hans desloca para os cavalos (objecto fóbico) o seu medo, e inverte o problema afectivo que se lhe põe, dizendo ter medo de cavalos.

Esta é, obviamente, uma solução inteligente para que Hans possa crescer junto do pai e da mãe.

As pessoas enfrentam um extremo desconforto e angústia diante desses objectos/situações activadores do medo e da ansiedade, por isso tendem a evitá-los de todas as maneiras possíveis.

As fobias podem ser divididas em específicas, sociais e agorafobia.

Entre os tipos de fobias específicas estão determinados animais, situações no ambiente natural, sangue, ferimentos ou outro tipo de situações específicas.

As mais comuns são o medo de aranhas, medo de cobras e medo das alturas.

As fobias sociais são aquelas em que a pessoa afectada tem receio do julgamento de outras pessoas.

A agorafobia é o medo de uma situação de que a pessoa sente que não é possível fugir.

Tendo em conta que “tudo” é susceptível de ser um objecto fóbico, aqui fica uma lista das mais vulgares às mais extravagantes:

Ablepsifobia — medo de ficar cego; Ablutofobia — medo de tomar banho; Acluofobia — medo ou horror exagerado à escuridão; Acrofobia — medo de altura; Agorafobia — medo de lugares abertos, de estar na multidão, lugares públicos ou deixar lugar seguro; Aicmofobia — medo de agulhas de injeção ou objetos pontudos; Aletrorofobia — medo de galinhas; Aracnefobia ou Aracnofobia — medo de aranhas; Automatonofobia – medo de bonecos que imitam humanos; Catoptrofobia — medo de espelhos; Cinofobia — medo de cães; Claustrofobia – medo de lugares fechados, como elevadores ou aviões; Coulrofobia  —  medo de palhaços; Demofobia ou enoclofobia — medo de multidão (agorafobia); Dendrofobia — medo de árvores; Dromofobia — medo de cruzar ruas; Eisoptrofobia – medo de espelhos e de se ver ao espelho; Estaurofobia — medo de cruz ou crucifixo; Fagofobia — medo de engolir ou de comer; Hexacosioihexecontahexafobia — medo do número 666; Ofidiofobia – medo de cobras; Onfalofobia  — medo de umbigos; Ptesiofobia  — medo de viajar de avião; Quenofobia — medo de espaços vazios.

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Etiologia da Depressão e da Agrofobia à luz da Vinculação

Depressão

A Teoria da Vinculação poderá ser de muita relevância para a compreensão da etiologia da depressão, como Bowlby propôs.

Experiências de perdas na infância, separação e rejeição pelos pais ou pelo cuidador poderão levar ao desenvolvimento de modelos internos de representação insegura. Representações cognitivas internas do self como não-amado/não-valorizado e figuras de vinculação que não fornecem amor e não são confiáveis pela criança, são consistentes com parte da tríade cognitiva da depressão de Beck.

Os tipos de vinculação são importantes na previsão de sintomas depressivos na adolescência. Crianças com vinculações inseguras têm maior prevalência de sintomas depressivos, comparativamente com crianças com uma vinculação segura.

Um estudo realizado numa população de estudantes afro-americanos que se propôs determinar a importância dos modelos internos de representação e do tipo de vinculação para o desenvolvimento de depressão concluiu que os indivíduos que têm uma visão positiva de si e dos outros têm uma complacência emocional que funciona como um mecanismo de protecção contra a depressão. Assim, estes estudantes com boa auto-estima vêem os outros como uma fonte confiável de apoio e reportam níveis inferiores de depressão.

Agorafobia

Quando uma criança sofre disrupções na vinculação como a perda ou a ausência da sua figura de vinculação, esta incorre num risco de “fobia escolar”.

Esta fobia, define-se como o medo de deixar a mãe e a sua casa, e poderá transformar-se numa agorafobia.

Num estudo retrospectivo que avaliou doentes agorafóbicos, Marks observou que 95% dos agorafóbicos afirmam ter maior medo quando estão sozinhos. Muitos deles evitam estar sozinhos em casa, e outros requerem a presença de alguém (vivenciado como securizante) quando tentam ultrapassar a sua fobia.

De acordo com Chambless (1982), estes agorafóbicos preferem a presença de um determinado membro da família. Este acompanhante expande as fronteiras da sua “zona de segurança”.

A semelhança entre esta perturbação e o uso da figura de vinculação como a “base segura” para exploração, evidente na Situação “Estranha” é, sem dúvida, evidente.

 

Este  post teve por base a tese de Mestrado integrado em Medicina:

“Teoria da Vinculação” – Nuno Ferreira Silva

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