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Relações de Dependência - Pedro Martins Psicoterapeuta Psicoterapia

Relações de Dependência

As relações de dependência estão mais presentes nas personalidades depressivas.

Esta dependência infantil que se prolonga para além da adolescência e que pelo excesso caracteriza todo o período maturativo – sendo portanto já detectável na infância – é-nos frequentemente revelada por expressões como:

– “Fui uma criança muito apegada à família”, “Em jovem foi difícil separar-me dos meus pais”.

Pela vida fora, estes indivíduos colam-se ao amigo, ao parceiro sexual, à religião, ao partido.

Nas personalidades depressivas mais graves predominam as relações de cunho simbiótico, ou mesmo adesivo.

“O estilo relacional do depressivo é o de uma marcada dependência – recebe menos do que dá.”

Num nível evolutivo um pouco superior, vamos encontrar as relações pessoais, ou interpessoais de mera complementaridade:

– Do tipo dominado/dominador e/ou explorado/explorador.

Muitas vezes, quando o paciente já se encontra perto de sair da situação depressiva, ainda vemos relações em que o depressivo recebe menos do que dá.

Ao desempenhar o seu papel de ente esfomeado que não ousa exigir o afecto a que tem direito, mantém, assim,  uma relação de dependência, uma vinculação infantil.

A ameaça de abandono afectivo e, logo, a ansiedade depressiva pairam sempre no horizonte da expectativa.

A esperança no sucesso pessoal, dada a escassez e insuficiência dos comportamentos de autonomia, êxito e progressão evolutiva, é travada pela inibição, ela própria consequência do medo, não só do abandono afectivo como da perda do outro.

Assim, a expectativa confiante no amor do(s) outro(s) – estimulo para a construção relacional, para a organização da constância de amor pelo outro e de plenitude amorosa, do sentimento de felicidade, alegria de viver e vitalidade, tende a diluir-se.

Na palidez da esperança reforça-se a segurança do lado de dependência.

No lugar do amor de que se desiste coloca-se a amizade a que se tem direito; “Foi a minha grande paixão, sou o seu melhor amigo”.

A partir de “Depressão: estrutura e funcionamento” – A. Coimbra de Matos

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