A Insónia
As perturbações do sono são um fenómeno frequente nas doenças de natureza emocional; a mais frequente de todas essas alterações é a insónia.
Qualquer que seja a sua origem, a atitude do médico – como sempre – deve ser a de procurar chegar a um diagnóstico etiológico correcto e não “atacar” directamente e “levianamente” o sintoma, prescrevendo um hipnótico.
Atitude tanto mais grave quanto se usam correntemente drogas que dão habituação e dependência.
Pode parecer que fazemos uma elementar recomendação para principiantes ou leigos; mas tal não é o que a experiência nos ensina, pois o erro assinalado é cometido, com frequência, por médicos idóneos.
Simplesmente, não estão suficientemente avisados ou prevenidos para resistir à solicitação dos doentes (…), que é, em regra, a de obter uma receita para induzir, aprofundar ou prolongar o sono.
Quem consulta o médico nestas circunstâncias nem sempre está disposto a enfrentar os verdadeiros problemas com que se debate; e procura, consciente ou inconscientemente, ignorá-los, levando o médico a cair na “esparrela”.
Excertos do artigo “A Insónia”, publicado originalmente em 1977, Jornal do Médico, XCV, 1769: 398, Novembro.
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