Mês: <span>Maio 2019</span>

Nos Ataques de pânico a Ameaça é Real Pedro Martins Psicoterapeuta

Nos Ataques de Pânico a Ameaça é Real?

A perspectiva de M. Blechner sobre os ataques de pânico difere da maioria dos clínicos.

Para a generalidade dos clínicos, durante um ataque de pânico, o paciente sente um perigo, mas esse perigo, na realidade, não existe.

O mesmo é dizer que os ataques de pânico não são baseados numa ameaça real.

Segundo Blechner, esta ideia é, pelo menos, para uma parte dos pacientes, imprecisa.

Normalmente, quando se pergunta ao paciente se há alguma coisa na sua vida que o pudesse originar um ataque de pânico, honestamente responde que não.

Mas o clínico pode chegar a uma conclusão diferente depois de fazer um questionário detalhado, procurando especificamente situações de perigo na vida do paciente que o assustem mas das quais não está ciente.

 

Blechner dá-nos como exemplo o caso do Sr. A

O Sr. A teve o seu primeiro ataque de pânico aos 28 anos.

Sentiu dores no peito e dificuldade em respirar. Pensou que ia ter um ataque cardíaco e dirigiu-se às urgências.

Os exames revelaram que o coração estava a funcionar normalmente.

Disseram-lhe que tinha tido um ataque de pânico e foi referenciado para a psiquiatria onde lhe prescreveram Alprazolam.

Um mês depois teve outro ataque que o levou novamente às urgências.

Os exames não revelaram nenhum problema no coração. Aumentaram a dosagem da medicação.

Devido ao medo de ter um novo ataque de pânico e às tonturas que a medicação lhe causava o Sr. A procurou outra abordagem. Foi referenciado para mim.

 

Para a generalidade dos clínicos, durante um ataque de pânico, o paciente sente um perigo, mas esse perigo, na realidade, não existe.

 

Era um jovem vigoroso e muito ambicioso, com um ar bastante saudável.

Perguntei-lhe se actualmente existia alguma coisa na sua vida que o fizesse ter medo. Ele disse que não existia nada, pelo menos, que ele soubesse.

No entanto, durante a nossa primeira conversa descobri que ele estava envolvido num esquema de corrupção, cujos clientes estavam a ser enganados e os lucros escondidos.

Ele foi um pouco blasé acerca da situação, assegurando-me que isso era uma prática comum.

Disse que sabia o que estava a fazer, e que nunca seria apanhado.

À medida que fui explorando a história descobri que o pai, actualmente reformado, foi levado à justiça por estar envolvido num negócio semelhante, e ficou quase arruinado financeiramente.

Ao mesmo tempo que o Sr. A parecia despreocupado em relação às suas práticas, ficou muito perturbado ao falar da ruína do pai.

Eu disse ao Sr. A, que, tendo em conta o ocorrido com o pai, era perfeitamente normal que ele temesse ser apanhado pelas práticas irregulares.

Disse-lhe que qualquer pessoa que estivesse a fazer o que ele fazia e cujo pai tivesse ficado praticamente arruinado por um comportamento semelhante, provavelmente, estaria bastante assustado.

Não era surpresa para mim que ele sentisse pânico; surpreendente para mim era ele não sentir medo mais vezes.

O Sr. A não gostou de me ouvir dizer aquilo, mas os ataques de pânico terminaram depois da primeira consulta.

Rapidamente deixou a medicação e os ataques de pânico não voltaram.

 

Por vezes os ataques de pânico surgem da dissociação de situações que objectivamente provocam ansiedade.

 

Reunindo o máximo de informações detalhadas que pude, fui capaz de substituir o pânico intermitente por um medo mais estável, que era ajustado à situação.

Nas sessões seguintes, senti por parte dele uma pressão para reinstituir a dissociação (entre a situação e o sentimento) e eu tive que lutar constantemente contra esse processo.

No entanto, na terapia as pressões foram cedendo à medida que ele ia encarando a realidade do que estava a fazer, bem como o esclarecimento das origens das suas defesas.

No caso do Sr. A, um trauma grave parecia estar na base para uma capacidade tão poderosa de dissociar.

O Sr. A é um entre vários pacientes cujos ataques de pânico surgem da dissociação de situações que objectivamente provocam ansiedade.

Em essência, consegui que o Sr. A apreendesse que:

“A situação que descreve faria com que qualquer pessoa estivesse com muito medo. Em grande medida, você está a ignorar e a dissociar o medo causado pela situação, e, logicamente, o medo que sente é real; o que não é normal é não saber de onde vem o medo; que você não conecte a emoção com a situação. Devido a isso parece que os ataques de pânico surgem do nada. Mas não é assim. Você tem muito boas razões para sentir muito medo, e, se quiser que os ataques de pânico terminem, tem de associar o medo à situação.”

Concordando ou não com a tese de que na base dos ataques de pânico está um perigo real, um questionário detalhado é muito importante para uma compreensão mais aprofundada dos episódios de pânico.

Ao mesmo tempo, será importante investigar a tendência de certos pacientes para dissociar.

 

Sobre o Bullying

A palavra “bullying” foi importada do inglês. Refere-se a alguém que usa a força ou o poder para ferir ou intimidar o outro, agindo como um “Bull/Touro”.

À primeira vista, poderíamos ser levados a pensar que se trata apenas da exacerbação de algo que, com as suas nuances, sempre existiu.

No entanto, a certeza de que culturalmente assistimos a uma mudança na família como instituição e nos modos de subjectivação da infância, faz com que tenhamos de pensar a questão de forma mais profunda.

O bullying ocorre habitualmente num contexto que favorece o seu silenciamento, e no qual a vítima, devido à culpa, é levada a acreditar que por alguma razão que ainda não conhece, algo em si é mau o suficiente para merecer tal castigo.

Numa fase em que a psique ainda está em desenvolvimento a influência da culpa não permite que as crianças entendam que aquilo que estão a sofrer tem a ver com uma causa que as ultrapassa.

Este é talvez um dos aspectos mais dolorosos deste tipo de sofrimento – que compartilha aspectos de outras formas de violência exercidas sobre as crianças como o abuso sexual e a violência parental.

Desta forma, a criança fica confusa em relação ao lugar que ocupa perante o outro.

A busca de amor coloca as crianças numa situação de extrema fragilidade, e desta forma numa posição de sujeição ao outro.

Esta profunda desprotecção ocorre, então, numa completa ignorância de que a sociedade é quem deve garantir-lhes os cuidados.

 

No bullying, devido à culpaa vítima, é levada a acreditar que por alguma razão que ainda não conhece, algo em si é mau o suficiente para merecer tal castigo.

 

A “criança imperador” do nosso tempo tem direitos que antes não tinha e é acusada de se exceder no seu exercício.

De qualquer forma, não tem interiorizado quais são os direitos que nunca deveriam ser violados.

Segundo Freud, as questões relacionadas com a construção da moralidade contribuem para o desenvolvimento da cultura, uma vez que o sentimento de culpa promove a inibição dos impulsos primários, que, geralmente consistem em obter prazer, mesmo à custa do outro.

No entanto, os aspectos ligados, essencialmente, à elaboração das condições para se viver em sociedade sem nos andarmos a matar uns aos outros, não fazem parte do código genético humano e, como tal, dependem da criação de certas condições específicas de produção, numa fábrica humana altamente complexa e mutável chamada “família”.

A psicanálise diz-nos que depois de um período claramente definido de subjectividade, que ocorreria entre os 0 e 5/6 anos, surgem, se nada tiver falhado, o que Freud chamou de “diques morais”.

Os “diques morais” referem-se, precisamente, ao aparecimento na criança do pudor, da moralidade, da vergonha e do asco, bem como o desaparecimento concomitante da crueldade.

Mas esse avanço, que claramente dota a criança de credenciais válidas para o vínculo social nem sempre ocorre.

 

A busca de amor coloca as crianças numa situação de extrema fragilidade, e desta forma numa posição de sujeição ao outro.

 

O bullying pode ser visto como uma penetração na subjectividade do outro sem reconhecer limites.

Neste ponto, é interessante pensar em como certos significantes que circulam socialmente contribuem para construir sentidos compartilhados: “Red Bull dá-te asas”, diz o conhecido slogan de uma bebida energética que promete termos o corpo sempre disponível apesar da fadiga.

Desta forma, retorna aqui um significado que é culturalmente fortalecido e que faz referência a que debaixo de certas formas de ser e estar no mundo, essencialmente ligadas ao consumo e ao prazer sem limites, o outro não funciona como um limite diante dos nossos próprios impulsos, neste caso, ante os impulsos do bull-ying.

Este é apenas um dos aspectos ligado ao modo como se dispõe do outro em favor do próprio prazer e seria excessivo desenvolver aqui as condições da sua gestação.

No entanto, podemos dizer que os pilares da constituição subjectiva, denominados função materna e paterna e dos recursos psicológicos da família, estão na base da criança ser capaz de aceitar o diferente, suportar a alteridade, reconhecer que o desejo é inevitavelmente condicionado pelo outro.

 

Que tipo de autoridade é exercida pelas instituições se uma mãe pode bater na professora por esta ter criticado o comportamento do filho?

 

Entendemos, então, que o ser humano não só nasce sem poder andar ou alimentar-se sozinho, mas também necessitado de apoio para se desenvolver psiquicamente. A presença estável, sólida e afectuosa de pessoas que ocupam os papéis materno e paterno são fundamentais.

No bullying, a falha na construção da auto-estima, e do outro como alguém que se deve cuidar e respeitar é evidente tanto para a criança que agride como para o que é agredida.

O primado do impulsivo sem a mediação da palavra é então um efeito do enfraquecimento gradual da função de autoridade dos pais do nosso tempo.

Assistimos a uma versão social do pai desautorizado, que não se autoriza a si mesmo.

Além do mais, muitas vezes acaba por confundir a lei com a censura, e autoridade com autoritarismo.

Noutras palavras, a autoridade de um pai é constituída na medida em que o seu filho reconhece a sua palavra por admirar o seu conhecimento e não por temê-lo.

Dito isto, seria ingénuo considerar o problema do bullying isolado de outras manifestações que têm um significado semelhante.

Que tipo de autoridade é exercida pelas instituições se:

– Uma mãe pode bater na professora por esta ter criticado o comportamento do filho?

– Um dos pais puder bater noutra criança que anteriormente bateu no seu filho?

Tendo em mente, que o bullying não corresponde a um conflito localizado, mas sim a uma falha sistémica, a complexidade que este conflito envolve actualmente confronta-nos com a questão da responsabilidade que nos cabe como adultos.

Se as crianças são os touros, então, devemos evitar ir para a frente delas com uma capa vermelha.

 

Traduzido/adaptado por Pedro Martins

a partir de: Sobre el Bullying – Gerado Quiess

 

Casais explosivos - Pedro Martins Psicoterapeuta

Casais Explosivos

Há muitas maneiras dos casais serem infelizes no amor, mas existe uma, a que psicologia moderna tem dado especial atenção:

– Os relacionamentos em que uma das partes tem um padrão de vinculação inseguro evitante e a outra, um padrão inseguro ansioso.

(Ver Teoria da Vinculação) (Veja qual é o seu estilo de Vinculação)

A teoria desenvolvida por J. Bowlby pressupõe dois estilos de vinculação:

Vinculação Segura.

Vinculação Insegura.

Por sua vez, a vinculação insegura divide-se em ansiosa e evitante.

 

Em primeiro lugar, temos aqueles que têm uma vinculação segura:

– São os que tiveram boas experiências na infância.

Esperam e fazem com que sejam bem tratados por aqueles que amam.

Trata-se de pessoas afortunadas que são capazes de empatizar e de ser generosas.

Comunicam com honestidade e objectividade as suas necessidades.

Assume-se que cerca de 50% da população tem uma vinculação segura.

 

Aqueles que na infância foram sujeitos a grandes decepções e traumas formam os restantes estilos de vinculação: Insegura-Ansiosa / Insegura-Evitante.

O que torna as coisas ainda mais complicadas é o facto das pessoas com um estilo inseguro evitante serem frequentemente atraídas para formar casais com as pessoas do estilo inseguro ansioso, onde as suas características emocionais contribuem para uma combinação particularmente explosiva.

 

Casais explosivos: as pessoas com um estilo inseguro evitante são frequentemente atraídas para formar casais com as pessoas do estilo inseguro ansioso.

 

As pessoas com vinculação insegura ansiosa terão num relacionamento o sentimento característico de não serem devidamente apreciadas e amadas.

Estão convencidas de que com mais proximidade, ternura e sexo a união pode ser possível.

Os parceiros com quem estão, no entanto, parecem-lhes dolorosamente desapegados.

Parece que nunca querem com tanta intensidade quanto a que eles oferecem.

Ficam profundamente magoadas com a frieza e a distância e, aos poucos, começam a sentir auto-aversão e rejeição.

Desvalorizadas e incompreendidas, são invadidas por sentimentos de vingança e ressentimento.

Por um longo período, podem calar as suas frustrações até que, eventualmente, o desespero irrompe.

Mesmo que seja num momento muito inadequado, não conseguem deixar de procurar resolver os problemas naquela ocasião.

Previsivelmente, esse tipo de discussão corre muito mal.

O parceiro ansioso perde a calma; exagera e crítica com tanta maldade que deixa o parceiro evitante convencido de que ele é louco e mesquinho.

Um parceiro seguro pode saber como acalmar a situação, mas um evitante, certamente, não é capaz.

Tragicamente, o evitante desencadeia uma insegurança ainda maior no parceiro ansioso.

Sob pressão para ser mais carinhoso e próximo, o parceiro evitante instintivamente retrai-se.

Sente-se perseguido; fica frio e desconecta-se, aumentando ainda mais a ansiedade do parceiro.

Por baixo do seu silêncio, o evitante está magoado por se sentir “controlado”.

Tem a sensação de ser perseguido: injustamente perseguido devido à “carência” do outro.

Silenciosamente pode fantasiar sair para fazer sexo com alguém, de preferência, um completo estranho.

 

A maioria de nós pode não ser completamente saudável no amor, mas pode encontrar formas de manter um bom relacionamento.

 

É importante saber que isto não se passa apenas no seu relacionamento.

Existem, literalmente, milhões de relações onde se passam coisas idênticas.

É igualmente importante, ter consciência de que as causas do sofrimento, que são tão pessoais e tão duras, são na verdade fenómenos gerais, e estão bem estudadas.

A solução, como sempre, passa pelo conhecimento; pela consciencialização.

Há uma grande diferença entre a pessoas ansiosas e evitantes agirem os impulsos e, como seria preferível, perceberem que eles fazem parte de nós; saberem de onde vieram e explicarem a si próprias e aos outros por que somos levados a fazer as coisas que fazemos.

Não podemos – a maioria de nós – ser completamente saudáveis no amor, mas também podemos ser algo quase tão benéfico:

Podemos ser pessoas comprometidas em explicar o nosso comportamento patológico (motivado por várias coisas) em tempo útil, antes de nos tornarmos excessivamente furiosos e magoar os outros, e, posteriormente pedir desculpa pelo sucedido.

Há poucas coisas mais românticas, no verdadeiro sentido da palavra, do que um casal que aprendeu a compartilhar de forma franca e delicada, o que os levou a reagir de certa forma, e que tudo farão para rapidamente voltar ao normal.

Traduzido/adaptado por Pedro Martins

a partir de Alain de Botton

 

Por que eu sou tão anal? - Pedro Martins Psicoterapeuta

Por Que Eu Sou Tão Anal?

Por vezes as pessoas perguntam: “Por que o meu amigo, parceiro, pai, chefe é tão anal?”.

De onde vem o termo “anal” e o que significa?

Este termo tem origem em Freud, e tal como muitas das suas ideias permanece fortemente enraizada no nosso “inconsciente colectivo” sem termos a noção das suas origens psicanalíticas.

A teoria da “personalidade retentivo-anal” é uma delas.

Nos “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade” Freud descreve as três fases do desenvolvimento psicossexual na primeira infância: oral (0 a 1 ano), anal (1 a 3 anos) e fálico (3 a 6 anos).

A fase anal coincide com o período do treino do bacio. Nesta fase as crianças apercebem-se pela primeira vez que podem controlar os esfíncteres, assim como a si mesmas e o ambiente.

Pela primeira vez, a criança sente que pode obedecer ou opor-se à vontade dos pais.

 

A fase anal coincide com o período do treino do bacio.

 

“Não” é uma palavra muito popular entre os 2-3 anos de idade.

Embora a personalidade retentivo-anal não esteja incluída no DSM – Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, tem alguns aspectos em comum com o Transtorno Obsessivo-Compulsivo da Personalidade:

– Uma grande preocupação com limpeza que se expressa através de lavagens constantes das mãos, extrema ordem e necessidade de controlo.

Estes comportamentos têm como objectivo reduzir a ansiedade.

O que é a Analidade?

Geralmente, quando alguém pergunta: “Por que sou tão anal?”, refere-se à extrema necessidade de controlar as coisas ao seu redor através de uma enorme atenção aos pormenores.

Isto pode ser irritante para os que estão à sua volta, porque esse comportamento estende-se para além do que é considerado razoável, útil ou produtivo.

Francisco, um jovem advogado queixou-se de que a sua colega sénior tinha exigido que ele investigasse todas as teorias possíveis envolvidas num aspecto de um caso, mesmo as consideradas muito improváveis.

Isso obrigava-o a passar todo o fim-de-semana a pesquisar decisões que, na sua opinião, não tinham relação com o caso e eram uma completa perda de tempo.

Referindo-se à sua colega Francisco disse: “ela é tão anal”. Com isso, ele queria dizer que ele a sentia extremamente controladora e ansiosa.

Ao mesmo tempo, as próprias pessoas podem ficar frustradas com a necessidade de controlo e de ficarem excessivamente focadas em detalhes não essenciais, pois sentem-se incapazes de conter essa necessidade ou impulso.

 

O comportamento “anal” é uma tentativa de controlar a ansiedade.

 

Joana queria comprar um frigorífico novo. On-line pesquisou pelos melhores modelos. Encontrou um muito bem cotado dentro dos valores que estava disposta a gastar, mas com algumas apreciações negativas.

Passou vários dias a pesquisar os aspectos que tinham sido avaliados ​​negativamente, assim como a procurar outros modelos.

Todos os modelos com boas avaliações apresentavam algumas críticas.

Passado algum tempo, Joana percebeu que estava com medo de tomar uma decisão errada, mas a pesquisa em vez de ajudar a decidir ainda a deixou mais ansiosa.

Em ambos os exemplos, o comportamento “anal” é uma tentativa de afastar a ansiedade criando a ilusão de ordem.

A ansiedade surge da sensação de caos iminente, e o comportamento “anal” é uma tentativa de controlar ou de se defender desse caos.

O que fazer com a analidade?

Francisco, por exemplo, pode sentir que a sua colega está a ser “anal”, mas ela vê o seu próprio comportamento como meticuloso – uma qualidade – e considera a resistência de Francisco como um indício de desleixo e preguiça.

No caso de Joana, ela própria está irritado com as suas tendências anais e gostaria de pura e simplesmente tomar uma decisão e seguir em frente com a vida. Ficaria feliz se alguém decidisse por ela.

 

Todas as pessoas podem, ocasionalmente ser “anais”.

 

Se você acha que costuma ser “anal”, aqui estão alguns aspectos sobre os quais deve reflectir:

– Está a acontecer alguma coisa na sua vida que o está a deixar ansioso? A sua “analidade” pode ser uma maneira de controlar essa ansiedade.

– Pergunte a alguém próximo de si se o seu comportamento parece excessivo ou fora de controlo.

– Tente delegar tarefas a outras pessoas e depois deixe que elas determinem a extensão da atenção aos detalhes.

– Considere quais são as consequências de um resultado que é suficientemente bom, mas não perfeito?

Todas as pessoas podem, ocasionalmente ser “anais”.

Quando você ou outra pessoa estiver a ser “anal”, lembre-se de que é uma indicação de que está com dificuldade em controlar a ansiedade.

O comportamento “anal” é uma tentativa de controlar essa ansiedade.

 

Traduzido/adaptado por Pedro Martins a partir de:

Susan Kolod – “Why am I so anal?”

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